Extensão: 144 horas
Atualização no Tratamento Orto-Cirúrgico
Objetivo
O objetivo deste curso é atualizar o Cirurgião-Dentista nas opções de tratamento do paciente com Deformidade Dentofacial (DDF). A DDF se caracteriza pelo posicionamento inadequado de maxila e mandíbula em relação à base do crânio, e também dos dentes em relação ao osso alveolar. A manifestação da doença é muito ampla tanto em relação ao posicionamento esquelético, quanto em relação à posição dos dentes. Deformidades leves podem ser corrigidas através de ortodontia convencional, porém DDF moderadas e graves são mais bem tratadas através de uma abordagem conjunta ortodôntico-cirúrgica. O tratamento clássico das deformidades dentofaciais envolve 1) o preparo ortodôntico, que visa posicionar os dentes corretamente nas bases ósseas, 2) a cirurgia ortognática, que posiciona maxila e mandíbula em relação ao crânio, e 3) a finalização ortodôntica, onde a posição final dos dentes será obtida ao longo da cicatrização óssea.
Classicamente, o planejamento é feito com setup ortodôntico e traçado cefalométrico em norma lateral. O tratamento ortodôntico é então iniciado com o objetivo de desfazer as compensações dentárias, posicionando os dentes corretamente nas bases ósseas. Na maioria das vezes esta etapa evidencia mais a Deformidade, uma vez que afasta os dentes superiores dos inferiores. Não há uma referência clínica evidente para pautar o movimento dentário, este planejamento depende da avaliação da posição dos dentes na radiografia, do posicionamento obtido no setup, e de moldagens frequentes para avaliar o engrenamento entre os arcos, quando estes são manipulados em classe I.
Após o correto posicionamento dos dentes nas bases ósseas, é o momento da cirurgia ortognática posicionar os ossos gnáticos corretamente em relação à base do crânio. Classicamente, o planejamento desta etapa é feito através de traçados construídos a partir de radiografias cefalométricas em norma lateral. Algumas medidas lineares e angulares são utilizadas para guiar o planejamento, a maioria delas relacionando os ossos maxilares com a base do crânio. Após decisão sobre os movimentos de cada osso, no traçado cefalométrico, o paciente é moldado e montado em articulador semi-ajustável para simulação dos movimentos esqueléticos nos modelos, o que é chamado de Cirurgia de Modelos. Nesta etapa, os arcos superior e inferior são articulados em posição final e intermediária para confecção de guias cirúrgicas de resina acrílica, que irão transferir os movimentos planejados para o ato cirúrgico. Finalmente, durante a cirurgia ortognática, maxila e mandíbula são cortadas (osteotomizadas) e reposicionadas de acordo com os movimentos planejados, utilizando medidas diretas e as guias confeccionadas durante a cirurgia de modelos.
Após cerca de 1 mês, o paciente retorna ao ortodontista para finalização do caso, agora já com a oclusão muito próxima do resultado final. O paciente é então tratado como um caso de ortodontia convencional, buscando o engrenamento oclusal mais estável possível.
Esta abordagem clássica sofreu várias alterações ao longo dos anos, especialmente nos últimos 5 anos com a introdução de novas tecnologias de diagnóstico e planejamento. O setup ortodôntico clássico exigia a separação de cada dente dos modelos de estudo e remontagem individual sobre uma base de cera. Por ser extremamente trabalhosa, muitos ortodontistas não executam esta importante etapa diagnóstico e planejamento. O setup virtual permite o reposicionamento dos dentes no modelo virtual sem cortes de gesso, manipulação de cera, e sem necessidade de espaço físico para armazenar a documentação.
O planejamento virtual da cirurgia elimina necessidade da cirurgia de modelos para confecção das goteiras cirúrgicas. Não há mais necessidade de montar o caso em articulador semi-ajustável, revestir os modelos, medir os modelos, serrar o gesso, reposicionar os modelos com cera ou cola quente, e finalmente confeccionar as goteiras cirúrgicas com resina acrílica. Tudo é feito no ambiente virtual, onde todas as etapas são salvas, e os movimentos são realizados com muito mais precisão. Além disso, a repercussão dos movimentos dos arcos dentários nas bases ósseas podem ser avaliados, o que não era possível na cirurgia de modelos convencional. Outra vantagem é a melhor visualização tridimensional dos movimentos realizados pelos arcos dentários e pelos ossos maxilares em relação à todo crânio.
A cefalometria clássica avalia os ossos gnáticos em relação à base do crânio, com a premissa que os componentes da base do crânio estão sempre posicionados corretamente. Análises mais modernas permitem uma avaliação das estruturas do terço médio e inferior independente da base do crânio, permitindo uma relação mais direta entre o problema esquelético e suas possíveis resoluções. Da mesma forma, análises cefalométricas tridimensionais, ao invés de bidimensionais, podem ser utilizadas para diagnóstico e planejamento, e revelam medidas presentes em uma estrutura tridimensional, que antes não eram consideradas na cefalometria bidimensional.
Outro recurso moderno no tratamento das DDF é o Benefício Antecipado. Nesta técnica, a cirurgia é realizada no início do tratamento, após mínimo preparo ortodôntico, e a ortodontia é realizada após o reposicionamento esquelético. Isto cria novas exigências de ancoragem, porém gera novas necessidades de planejamento cirúrgico, pois a cirurgia é realizada com os dentes fora do correto alinhamento com as bases ósseas. Da mesma maneira, a finalização ortodôntica passa a ser uma etapa com demandas diferentes do convencional, requerendo na maioria das vezes o uso de dispositivos de ancoragem.
Outro tema que apesar de muito discutido tem recebido novo enfoque são as desordens temporomandibulares (DTM) associadas às DDF. As articulações temporomandibulares sempre foram um tema controverso e muitas vezes evitado. Os métodos de tratamento das DTM sofreram algumas alterações, especialmente nos pacientes candidatos ao tratamento orto-cirúrgico. Exame clínico adequado, avaliação de radiografia, tomografia, ressonância magnética e exames de sangue são essenciais para o correto diagnóstico da DTM e tratamento adequado.
Quanto a mecânica do movimento dentário pré e pós cirúrgico, será utilizado o sistema de braquetes autoligados interativos. Os aparelhos fixos convencionais já existem há muito tempo, a tendência de agora em diante será uma evolução natural da Ortodontia Corretiva com o uso cada vez maior dos braquetes autoligados É uma filosofia inovadora com uma tecnologia mais avançada que demonstra vantagnes em relação aos braquetes convencionais:
· Tratamento mais rápido, uma vez o atrito do braquete com o fio é menor, permitindo maior deslizamento e liberdade de movimento do dente;
· Redução da sensibilidade dolorosa, também em função do menor atrito. Os fios utilizados são mais finos e elásticos, dessa forma a força aplicada é menor, tornando o tratamento mais confortável;
· Redução do número de consultas.
Público-Alvo
Ortodontistas
Pós-Graduandos em Ortodontia
Metodologia
Os alunos do curso receberão aulas teóricas e acompanharão o tratamento dos pacientes orto-cirúrgicos em todas as etapas: diagnóstico, planejamento ortodôntico, preparo ortodôntico, planejamento cirúrgico, cirurgia, finalização ortodôntica. O aluno terá liberdade de acompanhar a parte prática de maior interesse: ortodontistas terão preferência no acompanhamento das etapas ortodônticas, e cirurgiões no acompanhamento das etapas cirúrgicas. Contudo, todos os alunos poderão acompanhar todas as etapas se interessar.
Certificado
O aluno que preencher satisfatoriamente os quesitos frequência e aproveitamento terá direito a certificado.
Observações
- Alunos, ex-alunos (concluintes), funcionários e professores da PUC-Rio, desconto de 10% no pagamento à vista ou 5% no pagamento parcelado nas matriculas realizadas através da central de relacionamento 0800 970 9556, (21) 97658-6094 (WhatsApp) ou presencialmente, em nossa unidade Gávea. Desconto não cumulativo.
- Cursos de parcela única ou cursos oferecidos pelo Departamento de Medicina e Instituto de Odontologia não contemplam nenhum tipo de desconto.
- Bolsas de Estudos: devido à natureza autofinanciada dos cursos oferecidos pela CCEC, não há viabilidade financeira para a concessão de bolsas de estudo.
- Vagas limitadas.
- A realização do curso está sujeita à quantidade mínima de matrículas.