Normalmente se escreve sobre Otto Rank como o aluno de Freud que se afastou após ter sua teoria do trauma do nascimento rejeitada. Mas, para além dessa abordagem, devemos entender Otto Rank por suas raízes na filosofia, onde ele obteve seu doutorado.
Em Rank, a filosofia de Schopenhauer proporciona a concepção da vontade como o fundamento do mundo. Por meio de Nietzsche, fica evidenciado o aspecto ficcional das verdades sociais. Finalmente, será por meio de Immanuel Kant que se conhecerá o sujeito como portador da lei moral. Kant estabeleceu uma ética que não necessitava da metafísica, colocando-a em um espaço que não é dogmático, porém é moral.
Na medida em que Rank admitiu a moral kantiana, foi igualmente efetivo em evidenciar a transitoriedade das estruturas sociais. Assim, pode-se questionar o poder nelas fundamentado, porém, sem desacreditar a dignidade do sujeito.