Multiplicam-se hoje as obras sobre história de Israel e os autores dividem-se em três linhas distintas. Alguns, considerados “minimalistas”, pensam não ser possível encontrar no texto bíblico nada que remonte à “verdadeira história” de Israel. Em outro extremo, há os que procuram realizar uma espécie de “concordismo” entre a Bíblia e a história, não considerando os limites próprios e as finalidades específicas da exegese e da história. Uma via média é seguida por aqueles autores que percebem que, embora os hagiógrafos tenham narrado a história israelita a partir de uma perspectiva teológica própria, não é necessário supor que eles criaram, a partir de suas mentes, uma história de Israel. Tais autores acreditam que é possível haver uma melhor e mais clara compreensão da Sagrada Escritura à medida em que se procura estudá-la tendo a história como disciplina auxiliar à exegese.
Percebe-se, pois, que embora história e exegese sejam dois campos do saber distintos, eles se complementam. Uma maior clareza sobre o dado histórico pode ajudar a exegese em dois sentidos: compreende-se melhor “as questões, a situação a que um texto responde, o alcance de muitas de suas afirmações, o seu sentido na sua época” e, também, se consegue “melhor avaliar a dimensão religiosa dos textos, suas intenções, suas perspectivas, sua mensagem”.