Edital 2025.1
Para candidatos estrangeiros ou brasileiros formados no exterior é obrigatório a apresentação de revalidação de diploma e registro no CRM-RJ.
Paralelamente e de modo crescente, os cuidados
em saúde em diversas áreas da vida humana têm sido conduzidos por equipes
multiprofissionais, multi ou interdisciplinares, de forma a dar conta da
multiplicidade de necessidades a serem atendidas e supridas por pacientes e
familiares, assim como pessoas e grupos em risco.
O desenvolvimento tecnológico
da Internet, dos dispositivos eletrônicos e das tecnologias de informação e
comunicação, e mais recentemente das mídias sociais, têm determinado o
surgimento e o aumento do assim denominado paciente informado, com mais
autonomia no processo decisório e maior participação e ativismo sobre sua
própria saúde e dos grupos familiares e sociais aos quais pertence.
Essas
mudanças têm modificado radicalmente o modelo secular vertical da relação
médico-paciente na direção de uma maior horizontalidade e coparticipação nos
processos de tomada de decisão; ampliando as dimensões da relação de cuidado,
para incluir alternativas de opção acerca de riscos e benefícios potenciais,
inclusão e consideração de valores pessoais e sociais, valoração de questões
éticas, fatores econômicos e financeiros, e fundamentação em evidências
científicas que embasam os procedimentos médicos.
São transformações que têm
contribuído para a revalorização da relação terapêutica como fundamento
essencial de mudança para a saúde das pessoas, enfatizando o papel protagonista
do sujeito em busca de saúde e qualidade de vida e o papel tutor do
profissional, como indutor de modificação de conhecimentos, habilidades e atitudes.
O vetor da mudança na saúde se orienta cada vez mais em fomentar a migração dos
comportamentos adoecedores e de risco para os comportamentos saudáveis e
promotores de saúde.
Diante desse contexto contemporâneo, novos
conhecimentos, habilidades e atitudes se tornam necessários para que o médico
desenvolva profissionalmente, de forma a estar apto a lidar com os desafios e
as necessidades presentes.
Diante da complexidade e da diversidade de situações
e casos da prática médica, torna-se cada vez mais necessário saber integrar e
combinar recursos, abordagens e paradigmas de cuidado, na perspectiva da
integralidade em suas múltiplas dimensões.
A valorização da educação em saúde,
acoplada à fundamentação teórico-prática de promoção de mudança de comportamento,
permite ir além de prover informação e conhecimento, de forma que possa
efetivamente resultar em maior promoção de saúde.
Essas competências são
relevantes tanto para generalistas quanto para especialistas, de modo que
possam incorporar e integrar em suas práticas tais modelos e recursos da
medicina.
O médico pode assim integrar as diferentes dimensões do cuidado,
desenvolvendo objetivos, planejamento, execução e avaliação dos processos,
incluindo diagnose, cura, tratamento, prevenção e promoção, propiciando
diferentes níveis de atenção e atuando nos distintos níveis de prevenção que se
façam necessários.
Na medida em que coloca o sujeito no centro do cuidado, em
sua singularidade, o médico pode exercer uma medicina personalizada, aumentando
o grau de resolutividade de problemas multifatoriais e a satisfação das pessoas
sob seu cuidado.
Torna-se capaz de exercer funções e papéis diferenciados,
relativos ao campo específico da própria especialidade conjugada a uma medicina
integrativa, num sistema unificado e ampliado.
Compreendendo mais
abrangentemente perspectivas de diferentes profissões da saúde, as quais têm se
desenvolvido em direção semelhante, a de profissões integrativas de saúde,
torna-se capaz de exercer um papel central para a maior integração dos
diferentes profissionais da saúde numa rede de cuidado, desenvolvendo
habilidades e atitudes colaboradoras e gestoras dentro de um sistema unificado
e integrado de prestação de serviços, e trabalhando conjugadamente na
perspectiva da interdisciplinaridade e da integralidade.