Nos últimos 20 anos, a popularização das novas tecnologias de comunicação e informação – como a Internet, os telefones celulares e os smartphones – gerou transformações radicais no cotidiano de todos nós. Entre estas transformações, uma é especialmente interessante para a Psicologia e áreas afins: a significativa alteração do modo como nos relacionamos uns com os outros.
Ainda nos primórdios de sua difusão, a Internet revelou seu potencial para conectar pessoas (não apenas computadores), independentemente da distância geográfica que pudesse separá-las. Rapidamente a Rede se tornou mais um "ambiente" no qual as relações humanas poderiam se desenrolar. Foi justamente esta a característica que tornou a Internet atrativa para tantas pessoas, que passaram a acessar a Internet principalmente para conversar, fazer amizades, paquerar, namorar, compartilhar interesses, entre tantas outras coisas. A possibilidade de acessar a Internet de maneira quase constante e a partir de dispositivos diversos (tais como smartphones, notebooks e tablets) fez com que a capacidade de se relacionar através da Rede se ampliasse ainda mais. Hoje em dia as redes sociais, os sites de relacionamento, os chats, os incontáveis aplicativos para smartphones e tantos outros recursos são parte de nosso cotidiano e servem como plataforma para diversos tipos de relacionamentos.
A transformação radical da maneira como nos relacionamos, contudo, gerou muitas dúvidas, preocupações e medos: as relações virtuais podem ser tão intensas e profundas como aquelas que existiam antes? As relações virtuais podem ser perigosas? Estas relações podem realmente ser chamadas assim? Estamos mais conectados ou mais isolados uns dos outros?