O curso propõe analisar a técnica do desenho nas principais manifestações artísticas do século XX e da arte contemporânea, tendo como premissa a ruptura definitiva com a tradição acadêmica e a renovação do conceito do fazer artístico das vanguardas. Por meio de aulas teóricas e práticas, será proposto desenvolver projetos individuais a partir do trabalho de artistas como Pablo Picasso, Henri Matisse, John Heartfield, Mimmo Rotella, David Hockney, Kiki Smith (Colagem), Guillame Apollinaire, Mira Schendel, Bruce Nauman, Barbara Kruger, Alighiero Boetti (Palavra, Poesia Visual), Max Ernest, Masao Okabe, Do Ho Suh (Surrealismo, Frottage), Kandinskij, Klee, Mirò, Masson (Abstracionismo), Cy Twombly, Ad Reinhardt, Frank Stella, Agnes Martin, Carl Andre, Sol LeWitt, Robert Morris, Olafur Eliasson (Arte como Processo, Post-Minimal), entres outros.
Introdução
No século XX as vanguardas artísticas mudam consideravelmente o conceito de arte, criando uma ruptura definitiva com a tradição acadêmica do século anterior. A partir do ‘900 novos fermentos culturais e filosóficos, junto com o desenvolvimento de formas de reprodução de imagens até esse momento inéditas (fotografia e cinema), permitem à arte a exploração de novos territórios, abandonando a função de representação fiel da realidade (mimesis). O interesse dos artistas muda em direção de outras realidades interiores, onde a sensibilidade tem plena autonomia expressiva. As pesquisas artísticas desenvolvem novas técnicas e poéticas, que darão vida a fenômenos como o expressionismo, cubismo, surrealismo etc.. até a arte contemporânea.
Nesse contexto o desenho também assume uma identidade autônoma e, além da sua originaria função de reprodução naturalística ou de fase projetual do trabalho, se legitima como técnica própria. O desenho adquire as características de uma linguagem expressiva independente e separada das outras artes, torna-se lugar de pensamento poético e território de ideias para os artistas que exploram novas pesquisas.