As histórias sobre crimes reais despertam a atenção do público desde o século XIX, quando os folhetins traziam nos rodapés dos jornais a ficcionalização de casos noticiados pela imprensa. Hoje apresentadas em documentários, livros, podcasts, programas de TV e filmes, as narrativas true trime têm repercutido entre público, crítica e mídia. Segundo a plataforma de áudio Spotify, os podcasts desse gênero estão entre os três assuntos mais ouvidos no país; na Netflix, percebe-se um investimento nessas produções com o lançamento de Elize Matsunaga: era uma vez um crime, 3 Tonelada$: Assalto ao Banco Central, Bandidos na TV, Amanda Knox, O Desaparecimento de Madeleine McCann, entre outros.
O true crime apresenta também uma relevância social, uma vez que toca em questões morais, revelando que os crimes podem ter diversas camadas e dialogar com diferentes áreas do saber. A partir do estudo desse gênero, é possível promover reflexões sobre estruturas narrativas, gêneros documental e ficcional, narrativas policiais, entre outros tópicos fundamentais para pensar as narrativas audiovisuais contemporâneas.