O
presente curso tem em vista algumas leituras e desdobramentos do ensaio “Para
uma crítica da violência”, de Walter Benjamin. A principal tese do ensaio
benjaminiano consiste no fato de que o interesse do direito de fazer o
monopólio da força e da violência (Gewalt) tem por objetivo colocar-se a
si próprio como estrutura de poder (Macht), e não garantir as condições
de previsibilidade das relações humanas.
Sua
tese funciona como ponto de partida para interrogar as relações entre Estado, direito,
violência e poder presentes na recepção contemporânea do texto. Nesse ponto, o curso
trabalhará com os desdobramentos de Jacques Derrida, Judith Butler e Hannah
Arendt com o objetivo de pensar os limites do Estado e do direito.
O
direito seria somente, como indica Benjamin, uma estrutura que favorece privilegiados?
A quem interessa a manutenção do Estado de direito? É possível reformar o direito,
ou, como propõe Giorgio Agamben, profaná-lo? Essas e outras questões serão
trabalhadas em interlocuções com contos e novelas de Franz Kafka, como “Diante da
lei”, “Na colônia penal”, dentre outros.