·. É notório que as
redes globais de suprimento que foram desenvolvidas pelas empresas desde o
final da década de 80 sofreram várias rupturas com a recente pandemia de
COVID-19. Sempre lembrada como um dos riscos de ruptura que circundam as
funções da cadeia de suprimento, com mais impacto nos sistemas fabris e logísticos,
nunca foi priorizada, tanto pela crença de que nós éramos capazes de controlar
seus efeitos e produzir medicações e vacinas, quanto pela perda de prioridade
frente a outros riscos como guerras, volatilidade regulatória, pirataria,
falsificações e outros.
· . Conforme análise
de Assis Moreira no jornal Valor, a crise atual deve acelerar uma
reconfiguração no comércio mundial, com uma mudança brutal nos fluxos de troca,
sendo que uma das principais tendências é a busca das grandes empresas em diversificar
suas cadeias de suprimentos. Um dos desafios é ampliar o leque de fornecedores
para ter mais segurança no futuro. Outra tendência é o comportamento de
governos em identificar setores essenciais e estratégicos, estabelecendo
“novas” regras de protecionismos e precauções contra diferentes riscos. Padrões
e normas de qualidade dos produtos vão ser utilizados como justificativas de
barreiras por países e associações empresariais.
· . Movimentos
semelhantes ao Buy American começam a ganhar força por aqui com a chamada
Compre no Brasil – Buy Brazil;
· . A recente
pandemia decorrente da agressividade do COVID-19 paralisou, se não totalmente,
parcialmente, instalações fabris, rotas de aviação e navegação, fez sobrar
petróleo em navios petroleiros, aumentou o consumo de alguns itens considerados
essenciais e, como tudo indica, provocará uma onda de recessão sem paralelo com
efeitos de outras crises que até não terminaram.
. O termo
Tempestade Perfeita talvez esteja sendo conhecido na sua plenitude nesse
período pelo qual o mundo está passando. Ou não! Como se preparar com a lição
da crise e enfrentar outras rupturas de forma mais equilibrada nos setores mais
representativos de nossa economia?