O papel e o formato da escola, que vêm sendo questionados desde o final do século XIX, passam a se inserir em uma discussão mais ampla, onde avanços tecnológicos em campos tais como a Robótica e a Inteligência Artificial (IA) são caracterizados como uma nova revolução. O dinamismo das mudanças que ora presenciamos tende a se intensificar continuamente. E essas mudanças não se restringem ao âmbito da tecnologia. Elas catalisam mudanças sociais, culturais, políticas e econômicas. A reflexão sobre conceitos como “rede”, “colaboração”, “compartilhamento” é manifestação clara das tentativas de se compreender as transformações estruturantes pelas quais a sociedade vem passando. Diante desse cenário, muito mais do que discutir como a escola incorpora as novas tecnologias, faz-se necessário refletir sobre o próprio papel da escola em uma sociedade que vem sofrendo uma ampla reorganização. E, mesmo ao acordar-se sobre a relevância da escola para o mundo contemporâneo, é inevitável questionar-se sobre a sua eficácia ao formar jovens para atuar neste mundo altamente dinâmico.
Ao considerar-se o contexto brasileiro, esse debate mostra-se ainda mais premente. Relatórios anuais do Fórum Econômico Mundial revelam que a capacidade competitiva do país vem sofrendo quedas expressivas e sucessivas. Ademais, diante da eficiência proporcionada pela Internet das Coisas (IoT), pela robótica e pela Inteligência Artificial, destaca-se a necessidade de estudar como será o mundo do trabalho em um futuro não muito distante, uma vez que atividades rotineiras, que não exigem criatividade ou inspiração, já tendem a ser realizadas por máquinas. Será que as escolas brasileiras preparam os jovens para atuarem em um mundo onde criatividade, resolução de problemas, pensamento crítico são competências indispensáveis? Será que as escolas do país formam jovens com as competências do século XXI?