Fundado no início do período mais duro e sombrio da ditadura
militar brasileira, em junho de 1969 no Rio de Janeiro, O Pasquim foi o mais
importante jornal alternativo e independente da história da imprensa
brasileira, e um dos mais influentes e impactantes do mundo em todos os tempos.
Criado pelo jornalista gaúcho Tarso de Castro e formando sua equipe principal
com nomes como Jaguar, Ziraldo, Millôr Fernandes, Paulo Francis, Sérgio Cabral,
Henfil, Fortuna, Luiz Carlos Maciel, Martha Alencar, Sérgio Augusto e Miguel
Paiva, entre outros, o tabloide semanal reuniu os maiores nomes do cartum e do
humor de então para promover uma verdadeira revolução – no jornalismo, mas
também na relação com a ditadura, com a censura vigente, na forma de se fazer
humor e até mesmo nos costumes de então.
O deboche e a iconoclastia que caracterizavam cada página de
O Pasquim tornavam tudo e todos como alvos em potencial na mira do jornal – que
inicialmente era mais uma publicação de humor e comportamento do que
efetivamente um jornal político, ainda que o tema se fizesse presente e se
impusesse contextualmente desde o princípio. O sucesso de um tabloide reunindo
artigos, reportagens, entrevistas e cartuns, feito inteira e imperativamente a
partir do ímpeto humorístico e crítico, foi imenso e intenso desde o primeiro
número: sem assinatura e contando somente com as vendas diretas, rapidamente O
Pasquim superou a casa da centena de milhares de exemplares semanais.
Diretamente da “República de Ipanema” do final dos anos
1960, passando pelas constantes transformações sociais e culturais da época, diversos
fatores serão abordados no curso, percorrendo o processo que levou ao
agravamento da censura contra o jornal, culminando na prisão de toda a equipe
principal, em dezembro de 1970. A presença do cartunista e jornalista Miguel
Paiva como um dos professores confere a O PASQUIM: Censura, subversão,
revolução no jornalismo brasileiro, uma privilegiada posição de
observação de tal história tão de perto quanto possível – já que, por exemplo,
Miguel foi um dos que, não tendo sido preso, trabalhou para que o jornal
seguisse sendo publicado pelo período, enquanto a menção à prisão era proibida.
Além da história propriamente, as muitas transformações na
linguagem, na ética e na estética jornalística promovidas pelo Pasquim serão
parte fundamental do objeto do curso, bem como as tantas heranças deixadas pela
publicação para o jornalismo que viria, mas também para o comportamento, para o
léxico e mesmo para a política nacional, de então e desde então. Além de Miguel
Paiva e do jornalista e pesquisador Vitor Paiva como professores, o curso irá
receber convidados ilustres em aulas especiais, para ajudar a contar essa
história e refletir sobre a importância, os problemas, os erros e acertos e o
impacto dessa que foi a maior e mais influente aventura do jornalismo no
Brasil.
O objetivo do curso é contar a história dos primeiros anos
do jornal O Pasquim, desde sua fundação, passando pela prisão de parte da
redação, até o período após a libertação, bem como explorar as diversas
inovações e transformações na maneira de se fazer humor e mesmo um jornal,
propostas pela publicação. O uso da coloquialidade, tanto nos textos quanto nas
entrevistas – que abandonavam a linguagem jornalística dos copidesques para
serem publicadas como foram faladas –, os métodos utilizados para “driblar” a
censura, bem como toda a singular relação do jornal com a censura e os
censores, a perseguição intensa imposta pela ditadura, as mais ilustres
colaborações, até o processo de ocaso e fim do jornal serão tema de estudo do
curso, que também irá levantar e explorar a herança deixada pelo Pasquim para o
jornalismo e mesmo os costumes de então – e até hoje.
O público deste curso inclui jornalistas, estudantes de
jornalismo, historiadores, pesquisadores que tenham o período da ditadura ou o
contexto da censura como objetos, bem como a história da imprensa alternativa e
do jornalismo no Brasil, o Rio de Janeiro da década de 1960 e a efervescência
cultural do Rio e do Brasil no período a partir do ano de 1969. Por se tratar
de um jornal célebre e formado por personagens relevantes da cultura brasileira
de então – assim como de um acontecimento que se mistura à própria história do
Rio de Janeiro e do Brasil – o potencial de interessados e curiosos é também
maior.
O pré-requisito essencial é o interesse nos temas tratados
ao longo do curso. Além disso, a disposição para comentar, participar,
conversar e aprofundar nos temas e trazer os debates como espelho para nossas
experiências de vida.
Aulas ao vivo pela plataforma Zoom. A gravação ficará disponível por até 2 meses após o termino das aulas para consulta no ambiente de aprendizagem online da PUC-Rio (Moodle).
Cada aula terá um tema geral definido, como um aspecto dessa história e desse legado – acompanhado por uma reportagem ou entrevista específica publicada no Pasquim, que servirá de base para aquele dia de estudos em específico. A famosa entrevista com Leila Diniz, por exemplo, pode servir de base para uma aula sobre a linguagem de entrevistas e o abandono do copidesque; um artigo de Luiz Carlos Maciel sobre contracultura pode ser o texto de estudo para falar da relação do Pasquim com o comportamento da época; um artigo de Millôr Fernandes sobre o jornalismo independente, publicado no primeiro número do Pasquim, será o ponto de partida para explorar a criação do jornal; a entrevista com a líder feminista Betty Friedan poderá ser o campo de exploração da relação do jornal com o tema do machismo – e, assim, sucessivamente. Os temas também servirão como veículo para contar determinada parte dessa história, e a eventual participação de nomes como Sérgio Augusto e Marta Alencar, membros da equipe do jornal e testemunhas da história, bem como de pesquisadores como Fred Coelho, para ampliar a exploração da história do Pasquim como meio de se estudar o período do fim dos anos 60, a ditadura, a censura e a cultura do país.
O aluno que preencher satisfatoriamente os quesitos frequência e aproveitamento terá direito a certificado.
Dado o caráter interativo do curso é necessário a participação em 75% das aulas ao vivo para preencher requisito de frequência.
- Alunos, ex-alunos (concluintes), funcionários e professores da PUC-Rio, desconto de 10% no pagamento à vista ou 5% no pagamento parcelado nas matriculas realizadas através da central de relacionamento 0800 970 9556, (21) 97658-6094 (WhatsApp) ou presencialmente, em nossa unidade Gávea. Desconto não cumulativo.
- Cursos de parcela única ou cursos oferecidos pelo Departamento de Medicina e Instituto de Odontologia não contemplam nenhum tipo de desconto.
- Bolsas de Estudos: devido à natureza autofinanciada dos cursos oferecidos pela CCEC, não há viabilidade financeira para a concessão de bolsas de estudo.
- Vagas limitadas.
- A realização do curso está sujeita à quantidade mínima de matrículas.
A documentação necessária deverá ser enviada pela Internet, o mais rápido possível, usando o serviço Candidato on line no endereço www.cce.puc-rio.br
Os candidatos inscritos no último dia de prazo, assim como os que se inscreverem nos balcões de atendimento da CCE, deverão apresentar a documentação, obrigatoriamente, no ato da inscrição.
O aluno cujo curso for custeado por uma empresa deverá, depois de efetuar a matrícula, preencher a carta de compromisso da empresa ou a carta de empenho e enviá-la através do “Aluno on line”, no prazo de 24 horas.
Posteriormente, enviaremos, à empresa, a nota fiscal com boleto bancário.
Para empresa que optar em pagamento parcelado, o vencimento da primeira parcela será imediato, em no máximo 15 dias após o início do curso. A segunda parcela o vencimento será para 30 dias após o início do curso e as demais parcelas, caso existam, os vencimentos serão subsequentes.
O aluno receberá um e-mail automático de confirmação de matrícula, contendo as instruções para uso do “Aluno on line”.
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