As dicotomias presentes na modernidade do século XX foram suplantadas pelas propostas sistêmicas e de complexidade da pós-modernidade no século XXI, inerentes a globalização, às novas tecnologias, a tecnologia da informação, a inteligência artificial, a comunicação à distância, a digitalização, a virtualização, a instantaneidade, ao imediatismo, a descartabilidade, entre outros postulados da contemporaneidade, resultando num proeminente movimento de repensar epistemológico de saberes, de teorias, de pesquisas e de práticas profissionais.
De experiências num mundo sólido do século XX passou-se para as vivências fluidas no século XXI em todos os sentidos, direções e dimensões. Assim, mudanças de paradigmas foram ocorrendo para acompanhar o mundo mutável, imprevisível, imediato, transitório e acelerado. Sob este prisma, todo arcabouço acadêmico, científico e prático foi sendo carregado por possibilidade de novas articulações, conexões, integrações. Neste movimento, os arcabouços teóricos de Psicologia e de Terapia vêm sendo imbricados, desafiando profissionais, membros da comunidade acadêmica, científica e estudiosos mediante a desafiadora atuação junto aos seres humanos, pela necessidade de se extrapolar fronteiras que se esvaem em elos, conexões,
pontes, entrelaçamentos, expansões, espirais, ondulações, sistemas, redes complexas dependentes e autônomas.
Assim, estabelecer a integração entre teorias, pesquisa e prática profissional baseada no pluralismo, na complementariedade, no diálogo para estabelecer integração nas multi dimensões do ser e entre este e suas múltiplas relações, é o paradigma vigente na atualidade.
A proposta de integração teórica, técnica e prática há muito na história de desenvolvimento da psicologia foi e é discutida, porém na atualidade tornou-se fundamental mediante as multi dimensões, conexões e complexidades sistêmicas do ser humano na contemporaneidade.
No Brasil, a perspectiva integrativa articulou as instituições de Psicologia em torno da articulação e diálogo entre 15 associações científicas e/ou profissionais existentes através da criação do ‘Fórum de Entidades Nacionais da Psicologia Brasileira’, do qual todas participam atualmente, a saber: Associação Brasileira de
Ensino de Psicologia (ABEP), Associação Brasileira de Orientação Profissional (ABOP), Associação Brasileira de Psicologia Jurídica (ABPJ), Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional (ABRAPEE), Associação Brasileira de Psicologia Social (ABRAPSO), Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia (ANPEPP), Conselho Federal de Psicologia (CFP), Conselho Nacional de Entidades Estudantis de Psicologia (CONEP), Federação Nacional dos Psicólogos (FENAPSI), Instituto Brasileiro de Avaliação Psicológica (IBAP), Sociedade Brasileira de Psicologia do Desenvolvimento (SBPD), Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar (SBPH), Sociedade Brasileira de Psicologia Organizacional e do Trabalho (SBPOT), Sociedade Brasileira de Psicologia Política (SBPP), Sociedade Brasileira de Rorschach (SBRo).
Fazendo parte deste movimento mundial de integração, este curso, como uma segunda trilha no percurso de Formação Integrativa em Psicologia e Terapia, desenvolverá os estudos sobre a integração em sua dimensão teórica.
Programa de Formação em Psicologia e Terapia Integrativa
O Programa propõe um processo ativo e vivencial que integra as dimensões do indivíduo através da integração de diversas abordagens psicológicas.
O termo “integrativa” refere-se à integração de abordagens psicológicas, neurocientíficas e áreas relacionadas, adequadas para a psicoterapia integradora das multi dimensões do ser, de modo singular, equilibrado, apropriado e efetivo em todos os seus níveis de funcionamento na vida: afetivo/emocional, comportamental/gestual, cognitivo/mental, social/relacional, físico/fisiológico, bioenergético e transcendental/espiritual.
A Psicoterapia Integrativa leva em consideração todas as multi dimensões do funcionamento humano para realizar seu objetivo de facilitar a totalidade, ou seja, integrá-las de maneira que a qualidade do ser e do atuar da pessoa no espaço intrapsíquico, interpessoal e sociopolítico seja equilibrada, respeitando seus limites, forças internas e as externas nas interações com os elementos do ambiente que vive e se relaciona. Nesse quadro de referência, considera-se que a integração é um processo com o qual os psicoterapeutas também precisam vivenciar e se comprometer. Assim, existe um foco na vivência de integração pessoal dos psicoterapeutas do mesmo modo que é essencial que busquem, continuadamente, conhecimentos em múltiplas abordagens em psicologia, neurociência e áreas relacionadas à saúde com o compromisso ético de manterem-se atualizados e integrá-las. Pelo exposto anteriormente, a Psicoterapia Integrativa cumpre as recomendações atuais para saúde da OMS que preconiza a mudança do paradigma da medicina tradicional, de adoecimento e intervenção, para promoção de saúde e qualidade de vida. Ainda atende a Política Nacional de Promoção de Saúde e de Práticas Integrativas e Complementares.
Do ponto de vista acadêmico, pretende-se consolidar conceitos e abordagens metodológicas que permitirão o avanço no campo da psicologia na saúde mental, permeando as lacunas na formação acadêmica. Em um cenário de retrocesso e desmonte das instituições públicas e da incapacidade das instituições privadas em dialogar com a pesquisa, esta formação busca ainda, oferecer um debate horizontal entre docentes e discentes, contribuindo para a prospecção de lideranças e novos investigadores psicologia integrativa.
O programa é composto por 120 horas-aulas, divididas em 5 cursos de extensão de 24 horas cada:
1. Introdução à Psicologia e Terapia Integrativa
2. Integração Teórica em Psicologia e Terapia Integrativa
3. Integração em Psicologia e Terapia pelo viés do Ecletismo Técnico
4. Integração em Psicologia e Terapia pela Complementaridade Paradigmática
5. Praticando Psicologia e Terapia Integrativa
Público-alvo do Programa
Profissionais de órgãos e entidades públicas, de organizações de sociedade civil e movimentos sociais ou estudantes de nível superior com interesse e/ou atuação na área da saúde bem como: psicólogos, profissionais de RH, assistentes sociais, pedagogos, terapeutas, enfermeiros, cuidadores, estudantes e residentes de cursos de medicina, estudantes de ciências humanas e ciências sociais a partir do 5º período.
Pré-Requisitos para realização dos cursos Integração em Psicologia e Terapia pela Complementaridade e Praticando Psicologia e Terapia Integrativa
Para realizar a matrícula no curso Integração em Psicologia e Terapia pela Complementaridade o aluno precisa ter comparecido ao curso Introdução à Psicologia e Terapia Integrativa.
Para realizar a matrícula no curso Praticando Psicologia e Terapia Integrativa o aluno precisa ter completado todos os 4 cursos anteriores do Programa:
1) Introdução à Psicologia e Terapia Integrativa
2) Integração Teórica em Psicologia e Terapia Integrativa
3) Integração em Psicologia e Terapia pelo viés do Ecletismo Técnico
4) Integração em Psicologia e Terapia pela Complementaridade
Certificação
Ao realizar cada curso, o aluno receberá um certificado de extensão. Os alunos que realizarem todos os cursos do programa receberão uma declaração atestando que cursaram o Programa em Formação de Psicologia e Terapia Integrativa.
Obs. Para receber a declaração, ao final do programa, os alunos deverão solicitar a declaração via requerimento na área do aluno online (solicitar requerimento acadêmico com geração de documento).