Já se passaram cerca de pouco mais de duzentos anos desde a invenção da escola e seu ideário e formato original parecem se manter muito próximos daqueles que a caracterizavam na emergência do mundo moderno. E mais do que isso, parecem se manter hegemônicos e naturalizados. Por sua vez, é possível afirmar que essa mesma escola também passou por várias transformações e há um bom tempo está em questão. O que significa dizer que, ao longo de sua existência e sucessivamente, a instituição escolar passou por mutações que a fizeram caminhar “de um modelo de certezas para um modelo de promessas e, finalmente, para um terceiro, marcado pela incerteza” (CANÁRIO, 2006, p. 13).
E é nessa última perspectiva que, em várias partes do mundo, inclusive no Brasil, uma pergunta tem sido formulada com muita frequência pelos educadores de diferentes formações, crenças e perspectivas analíticas: a escola tem futuro? É possível dizer que essa questão sobre o destino da escola tende a se justificar e a se alimentar das inúmeras críticas que lhe são feitas, como por exemplo, aquela que ressalta que quando desafiada a se posicionar frente à existência de uma revolução tecnológica sem precedentes que afeta, entre outros aspectos, os chamados processos de produção, disseminação e consumo de conhecimentos, frente à globalização da sociedade que atinge os sistemas produtivos, de organização do trabalho e o próprio modelo vigente de desenvolvimento econômico que tem gerado significativa exclusão social e, também, frente às mudanças de paradigma da ciência e do conhecimento que influem na pesquisa, na produção do conhecimento e, consequentemente, no processo de ensino-aprendizagem, à crise ambiental e ética, a escola parece se manter, na maioria das situações, distante e cristalizada.
Outra crítica também muito comum tem sido aquela que denuncia o seu caráter padronizador, homogeneizador e monocultural (CANDAU, 2000a), transformando-a num espaço que dialoga pouco ou sequer dialoga com a(s) cultura(s) de referência dos sujeitos que dela participam.
E é por tudo isso que alguns educadores têm decretado o fim da escola ou têm proclamado a sua decadência, destacando que essa escola não faz mais sentido em um mundo onde ocorrem mudanças rápidas, intensas e em todas as direções/dimensões e que, a todo o momento, sugerem novas formas de ser e viver. Mas existem também outros educadores que refutam a sua inutilidade ou o seu anacronismo e sublinham a necessidade da escola ser repensada, recriada mesmo, na perspectiva de ser “um espaço de busca, construção, diálogo e confronto, prazer, desafio, conquista de espaço, descoberta de diferentes possibilidades de expressão e linguagens, aventura, organização cidadã, afirmação da dimensão ética e política de todo o processo educativo” (CANDAU, 2000, p.15).
Cabe destacar que é possível afirmar que ainda hoje a escola pode ser um espaço privilegiado para a apropriação crítica dos conhecimentos já sistematizados e relevantes como instrumento para compreensão e mudança da realidade e, mais ainda, pode ser um espaço para o diálogo e/ou confronto entre o conhecimento científico, algumas vezes denominado conhecimento erudito ou cultura crítica (PERÉZ GÓMEZ, 2001) e os demais conhecimentos e culturas que nela circulam. É possível afirmar, portanto, que a escola pode ser, para além de um espaço de aquisição crítica, um lugar de produção de conhecimentos (conhecimentos escolares), construídos a partir do diálogo entre diferentes conhecimentos e culturas que para ela convergem e nela se cruzam.
E é nessa direção que se pode afirmar que a instituição escolar ainda tem um papel relevante na formação das crianças e dos jovens, mas que é preciso desvendar e/ou descobrir caminhos alternativos que possam ser mobilizados e apropriados, na perspectiva da reinvenção dessa escola que precisa e pode ser mais plural, democrática, capaz de responder aos desafios de nossa contemporaneidade e de formar cidadãos e cidadãs, sujeitos da construção de um mundo menos dogmático e mais solidário.
É diante desse contexto que se situa o curso ora proposto, que enfatiza a reflexão em torno da reorganização do conhecimento e do currículo na perspectiva do currículo integrado e do trabalho centrado em projetos. Trata-se de refletir e trocar experiências que possam contribuir para a reinvenção da escola.
- Refletir sobre os desafios da escola hoje, na perspectiva da sua reinvenção.
- Refletir sobre o conceito de conhecimento escolar.
- Compreender os dilemas em torno do currículo por disciplina e do currículo integrado.
- Analisar os limites e possibilidades do trabalho centrado em projetos, na perspectiva do currículo integrado e da reinvenção da escola.
- Analisar experiências escolares, tendo presente a reorganização do conhecimento e do currículo escolar, bem como o desenvolvimento de práticas didático-pedagógicas centradas em projetos de trabalho.
Professores, normalistas formados (as) com experiência no Ensino Fundamental e demais profissionais da Educação Básica, estudantes de Pedagogia e demais licenciaturas, entre outros interessados no tema.
Ensino superior completo ou em andamento e experiências em escolas do Ensino Básico.
Metodologia:
Pretende-se adotar uma dinâmica variada e diversificada, numa perspectiva dialógica, socioconstrutivista, onde o desafio e a problematização serão uma constante. O curso será desenvolvido através de uma dinâmica participativa que enfatizará o debate e a troca de experiências. Nesse caso, as aulas poderão incluir: breves exposições dialogadas, trabalhos em pequenos grupos, estudo de caso ou de situação problema, leitura, análise e discussão de textos, exibição e debate em torno de filme e/ou vídeo. Além disso, buscar-se-á manter uma constante relação entre teoria e prática, bem como estimular a construção de conhecimentos a partir da reflexão sobre a própria prática dos participantes.
Avaliação:
- da Aprendizagem: elaboração de uma síntese crítica, a partir da seguinte questão: que limites e que possibilidades para a adoção do trabalho centrado em projetos, tendo em vista os desafios da escola brasileira, hoje? (Texto autoral de cerca de cinco páginas).
- autoavaliação: será distribuída uma ficha onde os participantes serão estimulados a refletirem e registrarem aspectos relacionados à natureza qualitativa de sua própria participação, tendo em vista: frequência, participação nos debates e contribuições.
- do curso: será distribuída uma outra ficha de modo que o participante possa registrar sua avaliação, tendo presente os seguintes aspectos: alcance dos objetivos, qualidade dos conteúdos, adequação dos procedimentos metodológicos, natureza da relação entre o professor e os participantes e entre os próprios participantes, resultados alcançados, sugestões.
O aluno que preencher satisfatoriamente os quesitos frequência e aproveitamento terá direito a certificado.
- Alunos, ex-alunos (concluintes), funcionários e professores da PUC-Rio, desconto de 10% no pagamento à vista ou 5% no pagamento parcelado nas matriculas realizadas através da central de relacionamento 0800 970 9556, (21) 97658-6094 (WhatsApp) ou presencialmente, em nossa unidade Gávea. Desconto não cumulativo.
- Cursos de parcela única ou cursos oferecidos pelo Departamento de Medicina e Instituto de Odontologia não contemplam nenhum tipo de desconto.
- Bolsas de Estudos: devido à natureza autofinanciada dos cursos oferecidos pela CCEC, não há viabilidade financeira para a concessão de bolsas de estudo.
- Vagas limitadas.
- A realização do curso está sujeita à quantidade mínima de matrículas.
A documentação necessária deverá ser enviada pela Internet, o mais rápido possível, usando o serviço Candidato on line no endereço www.cce.puc-rio.br
Os candidatos inscritos no último dia de prazo, assim como os que se inscreverem nos balcões de atendimento da CCE, deverão apresentar a documentação, obrigatoriamente, no ato da inscrição.
O aluno cujo curso for custeado por uma empresa deverá, depois de efetuar a matrícula, preencher a carta de compromisso da empresa ou a carta de empenho e enviá-la através do “Aluno on line”, no prazo de 24 horas.
Posteriormente, enviaremos, à empresa, a nota fiscal com boleto bancário.
Para empresa que optar em pagamento parcelado, o vencimento da primeira parcela será imediato, em no máximo 15 dias após o início do curso. A segunda parcela o vencimento será para 30 dias após o início do curso e as demais parcelas, caso existam, os vencimentos serão subsequentes.
O aluno receberá um e-mail automático de confirmação de matrícula, contendo as instruções para uso do “Aluno on line”.
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